segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Nunca se esqueça

Vem, vamos embora
Que esperar não é viver
Quem sabe um dia eu diga
Sempre há o que fazer

Vem, vamos lembrar
Do que ainda nos faz bem
Viajar até o fundo da alma
E recuperar o que é nosso
A nossa integridade
A nossa essência
Seja feita minha vontade
De viver feliz,
Como quem não sente
Medo de cair por nada
E quer sorrir novamente
Acordar contente
Sem saber por quê
Quando, onde, ou por quem

Decolar rumo a qualquer lugar
Só pra ver
O olho brilhar

Olhar pra trás e lembrar
Que as boas histórias
Sempre acabam bem

E que quem quer ser historiador
Sempre pode ir
Ao infinito e além

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Uma tarde qualquer

A campainha tocou.
-E aí, quanto tempo.
-O tempo necessário.
-Você não mudou nada.
-Nem você.
-Não esperava que tivesse mudado.
-Claro que não, do contrário não estaria batendo à minha porta.
A conversa fluía bem, como de costume. Alguns anos de amizade levam a um conhecimento mútuo magnífico certas vezes. Jogando conversa fora, trocando ideias, chegaram no assunto ao qual todas as boas conversas levam.
-Não vou mais me permitir ser magoado por qualquer garota.
-Como assim?
-Simples assim, não há nada que você possa dizer que vá me magoar.
Ela pensou, durante um desprezível período de tempo e disse:
-Eu não gosto de você.
Ele:
-Eu sei que gosta.
Ele foi beijá-la, mas ela se esquivou.
-Eu não quero te beijar.
-Sei.
-É sério.
Então ele agarrou-a e colocou os pés dela ao redor de sua cintura e a segurou firme, contra a parede, chegando bem perto de seu rosto
-O que está fazendo?
-Tem certeza?
-Tenho. Me solta, eu não quero te beijar.
Nesse momento ele ponderou, não sabendo ao certo o que fazer. Lembrou de outras experiências e outras conversas, outros momentos, e por mais indeciso que realmente estivesse, não demonstrou. Passada uma fração de segundo, disse:
-Eu não acredito
E beijou-a. Ela retribuiu, com muito desejo. Estava feliz. Sentia-se transparente, nua, pois sabia que ele a entendia, a conhecia e não era possível nem necessário esconder nada.
E foi uma das melhores escolhas que ele já tomou na vida. Em meio aos beijos, ela disse:
-Que bom que não acredita.
Quando perceberam que o dia já estava escurecendo, ela disse:
-Eu não queria. - Estava envergonhada, boba, decifrada.
-É claro que não. - Irônico.